Faroeste

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Meus dedos engessados te escrevem as palavras metafísicas do que restou de nós dois. E o que restou se equipara à uma cena de um filme de faroeste: o vento ergue a poeira das estradas arenosas e carrega consigo as folhas secas para o seu local de eterno repouso. Ouve-se um tiro à distância. Olhos esbugalhados se aproximam da janela para observar o que se segue. O enquadramento da cena é perfeito. No final, tudo se desfoca e uma música fúnebre soa ao fundo.
Não há aplausos. Não há rufar de tambores.
Ninguém pagaria o ingresso.

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